Um novo incerto recomeçar...

Será este o recomeço
de anjos e fantasmas
que por agora desconheço
e que deixam estas palavras pasmas.
De continuar a ter esperanças
e de não me iludir por palavras parvas,
de vozes que me invadem a alma,
e que me deixam sem palavras,
pois será o fim de me levarem
o cérebro e o meu pensamento;
o meu corpo e o meu sentimento;
que me guiou de inferno em inferno
e que levou esta dor a tentar me matar.
Pois agora que tenho o meu ser eterno,
isto vai terminar com um solitário esperar,
mas com uma companhia
de uma palavra amiga,
que todos os dias me traz alegria.
Mas mantenho o meu coração fechado,
pois o passado não pode ser relembrado,
se não tudo me ruía
e eu não quero reviver isso outra vez
e agora tenho sorte disto tudo ser virado
a outra página, a outra história
deste livro que é sempre ocultado.
Em que tudo o que existe
e tudo o que vivo
é apenas uma linha
que me insiste
em me tornar vivo,
não são os meus sonhos
que me desiludem,
nem tão pouco os contos
que fazem criar uma história
de desventuras e aventuras.
Coisas com que me deparo,
seja dia, seja noite,
por coisas fúteis,
que acumuladas formam um monte,
de acontecimentos inúteis
ou de importantes laços,
nos tortos e cruéis traços
da linha que percorro
e que chegado ao final dessa linha,
calmamente morro.