Desejo de Viver

"Ao ver estas fantásticas paisagens, faz-me ter uma grande vontade de fugir pelo mundo fora, de explorar o que desconheço, de conhecer novas pessoas e de VIVER ainda mais a vida, sem amores, sem apertos no coração, sem duvidar do que sou, sendo totalmente eu, amando tudo e todos, divertindo-me entre os sorrisos das crianças, aproveitando do que a vida tem de melhor."

Pedido de ajuda

Não sei, mas depois de tanto tempo sem aqui escrever, sinto uma grande vontade de escrever e de transmitir o que não pode ser dito, tudo o que sinto, o que me aperta aqui no peito da qual tu aí em cima, que olhas ou não por mim, entendes. Aquele sorriso tão giro e querido da qual já não vejo, as mãos macias e pequeninas a percorrerem as minhas, os abraços apertados, queria tanto que tudo voltasse ao normal, aqueles tempos em que nos riamos por palhaçadas minhas ou de coisas estupidas que eu dizia, das nossas danças ao sabor do nosso amor, das nossas caminhadas e das conversas longas, entre outras tantas coisas simples, mas que me davam uma tremenda felicidade. Ajudame tu aí em cima a nascer amanhã um novo dia, um dia alegre e rejubilador.

As memórias nunca estão no sitio onde deveriam estar...

Há coisas que estão sempre vivas nas memórias, memórias que já duram anos, anos de tortura contínua. Penso que passa, mas não passa, apenas se esconde por de trás de uma capa, capa que uso para não me roer em lágrimas, para não gritar ao mundo o porquê daquele acontecimento, para não mandar murros às paredes, para não soltar a raiva que tenho dentro do meu ser. As memórias por mais que tentemos apagar ou esquecer, não conseguimos, ficam coladas à nossa mente e à nossa vida, apesar de serem sempre coladas novas memórias, novas imagens de que vamos recebendo no próprio dia-a-dia, mas as do passado continuam sempre lá. O meu sofrimento é como pedras deitadas na beira do rio, sendo corroídas pela força da água e à medida do que o tempo passa, vai-se desgastando todo o resto que tenho. Ai saudades daquela grandiosa pessoa que me deu carinho, que me deu amor, que se preocupava comigo, que me ensinava muitas coisas, que era uma mãe para mim. Sempre me fizeste falta e sempre farás. 28/08

Pessoas e sentimentos...

Numa daquelas tardes em que uma pessoa acorda e pensa: "bem, hoje vai um ser um dia de cinema, sentado no sofá descansando o corpo e a alma" e vejo filmes que me fazem pensar, na vida, nas pessoas que já tive na minha vida e que tenho agora, em tudo, especialmente nas pessoas que conheço e que gostam de alguém e não podem ser ser correspondidas, porque da outra parte já têm alguém na cabeça (ou no coração, pois não é a cabeça que controla os sentimentos) pensam nessas pessoas, em acariciar-lhes e poderem-lhes dar tudo o que têm, sem esperar nada em troca e dar-lhes a conhecer apenas a felicidade e leva-las a acreditar que também é possível amar-se alguém respeitosamente, sem magoar essa pessoa, apenas em lhes dar este mundo e o outro, sonham com coisas que podem ser impossíveis, ou possíveis talvez um dia sei lá, as pessoas dizem que nada é impossível, basta se acreditar, mas a esperança é que ajuda nessa espera. Essa espera talvez seja um pouco revoltante, mas é compreensível, não se deixa esquecer uma pessoa tão facilmente e talvez nunca se esqueça, a marca que essa pessoa deixa na outra pessoa está sempre lá, pelos bons momentos, pelos gestos, pelas conversas, por tudo. E depois as pessoas às vezes obtêm-se apenas com o tempo, não são coisas que se compram, nem coisas que se adquiram tão facilmente, é preciso a outra pessoa deixar-nos entrar na vida da outra pessoa, nem que seja apenas como um amigo com que se pode falar ou desabafar, chorar ou rir, brincar e até mesmo chatear e pode ser que se torne depois uma coisa mais séria, não sei, um namoro ou o sentimento de amor (por vezes não é preciso as pessoas namorarem para dizer que amam as outras pessoas), pois a maior parte das vezes, é através de uma amizade que nasce o amor...E será que às vezes não é preciso lutar pela pessoa que se gosta? Sentimento estranho não é? Às vezes gostava de saber se os animais tem o mesmo sentimento que nós temos e se vivem de igual forma esse sentimento ou se não têm apenas atracção ou a que eu chamo a um "chamamento hormonal".

Ao longo de um certo tempo aprendi já muitas coisas acerca disto, e vou ao longo do meu dia-a-dia aprendendo sempre coisas novas sobre as pessoas, sobre o que elas pensam, sobre o que elas querem, as pessoas sendo tão diferentes, são uma sempre uma caixa de surpresas, nunca sabemos o que vimos a aprender com elas...

Dominado vs Dominante

Há dias, num daqueles em que a minha cabeça fica atolhada de pensamentos, cheguei à conclusão que numa relação, acaba sempre por uma das partes ser sempre a dominada e a outra parte a dominadora e nunca as duas partes serem dominadoras ou dominadas, há um certo equilíbrio desequilibrado, isto porque uma acaba por ceder mais que a outra, não é uma coisa que se faça voluntariamente, pois nem se pensa nisso, ou se gosta da pessoa com quem partilhamos a nossa vida ou não se gosta, mas é uma coisa que acontece, e por ser assim é que as relações às vezes funcionam muito bem, pois se não há cedência de ambas as partes, as relações acabarão por morrer, pois vai-se entrar numa fase de vários conflitos que estragarão a relação e se ambas as partes cederem muito, a relação acaba-se por fartar, enjoar até e por isso a relação acaba. Daí haver sempre uma das partes que fica na mão da outra parte, talvez seja um pouco revoltante pensar nisso, mas uma pessoa nunca se deve esquecer que quando se ama alguém, deve dar tudo o que ela merece e não estar à espera que se perca a pessoa para só depois valoriza-la e tenta-la ter de volta, quando é tarde de mais.Por isso digo a qualquer pessoa que esteja numa relação, seja de namoro ou até de casamento, dêem tudo o que a pessoa que está ao vosso lado merece pois ela compensar-vos-á da mesma maneira...

A propósito disto, lembro-me de tempos dos nossos avôs, em que o homem da casa chamava de patroa à sua mulher. Está bem que os tempos eram outros, as mentalidades eram outras, mas já ai se verificava que em geral havia um ser dominado e um ser dominante e isto vai de encontro à guerra dos sexos, conversa que deixarei para mais a frente, o facto de por exemplo a mulher em geral amadurecer o pensamento e as palavras mais cedo que os homens, daí que a faça de comandante, para também aprenderem com essas pessoas a terem uma personalidade mais forte e humana e deixar possivelmente defeitos muito maus no meio de uma relação.

Por isso sigam o que sentem, mas pensem também em vós...

Vida que corre no nada...

A vida passa por mim a correr sem eu aproveita-la como deve ser, acordo todos os dias em função das horas da outra pessoa, pessoa que acorda ao meu lado e que não amo, lhe digo nos olhos que a amo e não a amo, estou com ela nas aulas (pois ela é do meu curso) e só quero é que acabe a aula para eu ter um tempo só para mim, mesmo que seja num simples ir fumar um cigarro, depois tudo o que eu como seja ao jantar seja ao almoço ou até ao pequeno almoço é em função do que a outra pessoa gosta e não gosta, ou até um simples sair à noite que para mim era minha vida, nunca fui pássaro de muito tempo na gaiola, deixo de ter isso, fico em casa agarrado às telenovelas ou a jogos no computador, preso à vida de solidão, para no final da noite ela ir dormir e eu ficar a mandar mensagens para falar com alguém, para desprender-me de quatro paredes, de uma televisão e dessa vida infeliz, daí eu não ter amigos naquela “terrazinha” onde estudo e frequento um curso da qual não gosto, mas também não desgosto e ainda ter chatices estúpidas com alguém que ora é deficiente ora é uma criança e os únicos dias que tenho só para mim são ao fim de semana, pois faço por vir para a minha cidade, para a minha casa, para a minha vida mais alegre e mesmo assim tenho de mandar mensagens de hora a hora (ou na vontade dela de minuto a minuto) a alguém que eu até prefiro que não tenha bateria no seu telemóvel… É assim que defino o meu primeiro ano de ensino superior, com uma coleira no pescoço, agarrado também a uma porcaria de uns exames, culpa da minha boca que falou demais e do que fiz no passado e também de momentos passados durante sete meses numa vida de “mais-que-casados”, rotineira e sem graça, apesar de eu tentar variá-la, mas sem sucesso.

Agora sei o que é viver com alguém que não se gosta, tenho uma melhor percepção das coisas, o facto de partilhar o mesmo espaço, a mesma comida, a mesma vida, tudo, e passa-los de 24 horas a 24 horas nessa rotina que cansa uma pessoa, deixa-a farta de tudo, deixa-a como estou, vazio e triste pelo tempo perdido que não volta atrás.

Foi assim que tu nasceste, República!

Foi a partir da revolta que tu nasceste,
Foi através dos homens que tu cresceste,
Com mudanças e mais mudanças,
Para que algo de bom se erguesse.

De reis e rainhas estavamos nós fartos,
Tempos mundanos esses,
Que da terra de nome se nasciam soldados,
Ricos e coroados.

Mas também com pobres de nome
A lavrarem a terra,
Contudo na guerra se enriquecia,
Mas também facilmente se morria.

Gente analfabeta e descontente,
Que vivia numa economia deficiente,
E numa ditadura formada,
A cabeça de D. Carlos foi cortada.

O seu filho mais novo que o sucedeu,
A sete pés correu,
Pois já era na praça grande alegria
O Fim da Monarquia.

Foi assim que tu nasceste, República.

Momentos passados...

Ao som destas musicas, vão me aparecendo as fotos na minha memória, de alguns momentos que, eu e aquele ser que partiu para a sua ambição de criança, vivemos, os bons e maus momentos que ao longo de três meses vivemos, sei que é pouco tempo, para algumas relações que existem, de dois, três anos ou mais, (talvez eu até ainda não saiba o que é isso, pois esta foi a minha relação que durou mais, mesmo que não tenha sido nada “oficializado”, mas sentia-se), vivemos muita coisa, conversas sobre tudo o que não tinha falado com ninguém, sobre o amor, sobre o casamento de hoje em dia, sobre deus, até sobre o que eu vivi no passado, o que é ainda complicado lembrar, sobre tantas conversas em que eu ficava maravilhado a olhar para ela e a pensar para mim: “Será que é esta a pessoa que idealizo para a minha vida? (vida? Sim, pois quero alguém com que envelhecer lado a lado), Mas ela é tão parecida comigo psicologicamente, bem como o nosso passado é parecido, era como se fizesse parte de mim, apesar de ter alguns defeitos como nós todos temos…” vivi tão intensamente esses meses, ela era o meu ponto de refúgio, apesar de conhecer muitas pessoas, de falar e brincar com algumas dessas pessoas, as quais quase todas elas nunca me viram triste, mas sim sempre a rir-me e a brincar, mas ela conhecia-me bem, e puxava-me até para que o demonstrasse sempre que me sentisse mal ou bem, triste ou alegre, zangado ou apenas aborrecido, era como um anjo enviado à terra, fazia-me bem tê-la perto de mim, era como se nada mais importasse, eu não ligava a horas para chegar a casa ou para algum compromisso e tudo o que estava à minha volta não existia, parecia estar num deserto, em que existíamos só nós os dois, não havia nada que nos atrapalhasse, abraçava-a com tanta força como uma criança agarra o seu peluche, beijava-a com tanta ternura como se fosse uma coisa muito sensível e mesmo quando tínhamos de estar atentos às horas, simplesmente demorávamos a separar-nos um do outro. Tínhamos projectos, coisas para fazermos num futuro, tal como fazermos algo relacionado com atirar tintas para uma folha de cenário, entre outras coisas, passamos por algumas situações que podiam ter mudado a nossa vida inconscientemente, contudo sempre a quis ter ao meu lado, fosse de que maneira fosse… Até eu ir percebendo ao longo dos tempos que ela estava a afastar-se cada vez mais e que não podia tê-la, ela ia embora, pois eu queria que ela conseguisse realizar o seu sonho, aliás sempre puxei por ela para lutar por isso, em todos os momentos, até quando ela já não acreditava que ia conseguir realizá-lo, e conseguiu-o realizar! Arrependo-me apenas de uma coisa, de não ter estado com ela dias antes de ela ir para o seu sonho de menina. Espero que um dia ela seja tão feliz ou mais feliz que eu, pois se eu não a tiver nos meus braços, sentir-me-ei muito bem se ela estiver nos braços de alguém que a ame muito e a faça uma mulher muito mais feliz do que foi em menina.

Dúvidas

Deste ponto alto vejo o mundo rodeado de pensamentos: penso em mim, na minha identidade, no que eu sou, no que consigo fazer, no meu futuro duvidoso e receoso, "terei eu o que sonhei desde pequeno?", "terei eu capacidade para realizar esses sonhos?", invade-me a alma um medo absurdo de solidão, de falta de auto-estima, de um nada. Apesar de ter vivido já tanto em tão pouco tempo, tendo ainda uma vida pela frente. Suspiro e penso nas pessoas que conseguem ser felizes à sua maneira, até que me questiono: " Serei eu feliz neste momento?" e "será que o meu futuro será feliz?". Ficam as perguntas no vento que leva um cheiro tão suave do mar, da explosão da água nas rochas que contemplo, ficam as duvidas a que o meu consciente me respondeu: "o tempo é a solução!"

Leva-me daqui, pois quero ser como tu...

Leva-me daqui vento, pois quero ser como tu. Viajando por todo o mundo, pelos céus, vendo o mar com os pescadores a lançarem as redes, vendo crianças a brincar na rua, vendo casais de namorados sentados em bancos de jardim a conversar ou até simplesmente a olharem um para o outro, vendo carros e mais carros a buzinar e andar de um lado para o outro como formigas doidas a transportar comida, vendo de toda a espécie de animais que ninguém vê, vendo campos a assinalar a tua presença quando passas fortemente, vendo culturas de índios com os seus chamamentos ou de ocidentais com as suas comidas, vendo de todo o tipo de pessoas de variadas raças, de variadas cores, vendo o dia e a noite, vendo o sol da qual ninguém consegue realmente ver, vendo as estrelas como se estivessem próximas de mim, vendo de todas as multiplicidades de coisas e sentir-me livre como tu.
Leva-me daqui vento, pois quero ser como tu. Quero viver apenas observando e alimentando-me dessas paisagens que estão aí pelo mundo fora, quero dar um pequeno sopro quente como um agradecimento nas pessoas da qual estimo muito, quero provocar tragédias em pessoas que merecem saber o que é dor ou o que é perda, quero apesar de tudo ser livre e verme livre de todas as memórias, quero apenas as vossas memórias,quero estar em todo o lado em pouco tempo, quero vos ver a ser humanos e no final de tudo quero voar para bem longe…
Por isso, leva-me daqui vento, pois quero ser como tu.