O amor em casais mais velhos...

À dias, ia caminhando, seguindo pela rua como se não existisse nada a minha volta, afogado nos meus pensamentos, acompanhados por uma musica marcante, quando de repente deparo-me com um casal de velhos a darem um beijo, e a despedirem-se como se fosse um casal de jovens namorados, logo conseguiu me dar um sinal de felicidade, um sorriso discreto, pois percebi que este mundo não estava tão frio como pensava, em que os casais deixam os beijos, os abraços, muita coisa, quando a idade já pesa nos seus corpos, em corpos cansados, em rostos já enrugados, em vidas já muito vividas, em que tornam-se pessoas chatas, pessoas resmungonas, pessoas que acordam todos os dias e sentem que é apenas mais um dia, em que tem de ir trabalhar ou ir fazer isto, ou ir fazer aquilo e esquecem-se da pessoa com quem partilham a cama, com quem casaram, com quem tiveram filhos, com quem talvez tiveram netos, com quem prometeram amor eterno e não passa agora de simples rotina.

Já ouvi dizer que: “velhos são os trapos”, e acho que é verdade, pois a vida é só uma, e quando já se caminha para o fim da vida, porquê não aproveitá-la junto de quem amamos, junto de quem um dia juramos promessas de amor, mundos românticos e felizes? Pois, sei de pessoas mais velhas que não têm família e só pediam um bocado do que lhes relatei, um bocado de atenção, um bocado de amor que falta em muitos casais, de todos os dias que acordassem agradecessem ao céus ou a outra coisa qualquer em que acreditam, por terem ali a pessoa que amam, deitada na sua cama, a dormir como um ou uma bebé, a pessoa que lhes dá muita atençao, que lhes amam em todos os momentos, em momentos felizes, em momentos infelizes, em todos os momentos até à morte e não por: " oh, foi a pessoa com quem casei ", nao para justificarem que simplesmente casaram e pronto querem ter um recorde de anos de casamento (o que acho estúpido)...

Por isso, é bom ainda haver casais de velhinhos que se amam perdidamente, como se tivessem 12 anos ou menos... XD

Sociedade fria...

Às vezes pergunto-me em que mundo vivo, serei eu complicado? Ou serão a pessoa que encontro que são? Tenho namorada, tenho uns poucos grandes amigos, mas tenho de viver resguardado em mim, tenho que sofrer em silêncio, tenho de me calar e não reclamar, tenho de andar de rua em rua a pensar em tudo isto sozinho, não posso falar o que quero, o que sinto, as angustias, pois tratam-me como um revoltado da vida, ou as felicidades, pois tratam-me como um palhaço, só tu papel, tens a primazia de me conheceres tão bem, de me ouvires a palpitar quando o ódio fala mais alto ou quando a felicidade me leva a gritar bem alto: “sim, sim… “puros estados de emoção que é natural no homem, mas parece que ninguém percebe isso, vejo-me rodeado na frieza das pessoas, no simples dia-a-dia delas sem quererem olhar para trás e pensarem no que fizeram e no que fazem, na simples rotina que levam e que encaram isso como um simples dia, agora porque não posso sonhar com a felicidade, tentar procura-la, porquê? Porque hei-de eu ter de depender dessas pessoas, na sociedade feita em espantalhos, que simplesmente que não podem fazer aquilo porque deus ou qualquer coisa diz k não pode, seres que vagueiam no mundo por nada? Talvez eu me torne assim, já que tenho de ser mais forte comigo mesmo e ser um zombie como as pessoas querem que eu seja… Oh papel, só a ti te posso entregar os meus mais sinceros sentimentos, que te confio, sejam eles negativos ou positivos, mas no final de contas, sinto-me bem, pois pelo menos alguém que mesmo que não exista me leia o que eu te transmiti, traz-me uma pureza na alma, faz-me ser uma pessoa e não um escravo ou pior que isso, uma pessoa especial a minha maneira, mas se as pessoas não vêem isso, pois então que prossigam a sua vida e me deixem em paz, me deixem na solidão como já me tenho habituado…