Foi assim que tu nasceste, República!

Foi a partir da revolta que tu nasceste,
Foi através dos homens que tu cresceste,
Com mudanças e mais mudanças,
Para que algo de bom se erguesse.

De reis e rainhas estavamos nós fartos,
Tempos mundanos esses,
Que da terra de nome se nasciam soldados,
Ricos e coroados.

Mas também com pobres de nome
A lavrarem a terra,
Contudo na guerra se enriquecia,
Mas também facilmente se morria.

Gente analfabeta e descontente,
Que vivia numa economia deficiente,
E numa ditadura formada,
A cabeça de D. Carlos foi cortada.

O seu filho mais novo que o sucedeu,
A sete pés correu,
Pois já era na praça grande alegria
O Fim da Monarquia.

Foi assim que tu nasceste, República.

Momentos passados...

Ao som destas musicas, vão me aparecendo as fotos na minha memória, de alguns momentos que, eu e aquele ser que partiu para a sua ambição de criança, vivemos, os bons e maus momentos que ao longo de três meses vivemos, sei que é pouco tempo, para algumas relações que existem, de dois, três anos ou mais, (talvez eu até ainda não saiba o que é isso, pois esta foi a minha relação que durou mais, mesmo que não tenha sido nada “oficializado”, mas sentia-se), vivemos muita coisa, conversas sobre tudo o que não tinha falado com ninguém, sobre o amor, sobre o casamento de hoje em dia, sobre deus, até sobre o que eu vivi no passado, o que é ainda complicado lembrar, sobre tantas conversas em que eu ficava maravilhado a olhar para ela e a pensar para mim: “Será que é esta a pessoa que idealizo para a minha vida? (vida? Sim, pois quero alguém com que envelhecer lado a lado), Mas ela é tão parecida comigo psicologicamente, bem como o nosso passado é parecido, era como se fizesse parte de mim, apesar de ter alguns defeitos como nós todos temos…” vivi tão intensamente esses meses, ela era o meu ponto de refúgio, apesar de conhecer muitas pessoas, de falar e brincar com algumas dessas pessoas, as quais quase todas elas nunca me viram triste, mas sim sempre a rir-me e a brincar, mas ela conhecia-me bem, e puxava-me até para que o demonstrasse sempre que me sentisse mal ou bem, triste ou alegre, zangado ou apenas aborrecido, era como um anjo enviado à terra, fazia-me bem tê-la perto de mim, era como se nada mais importasse, eu não ligava a horas para chegar a casa ou para algum compromisso e tudo o que estava à minha volta não existia, parecia estar num deserto, em que existíamos só nós os dois, não havia nada que nos atrapalhasse, abraçava-a com tanta força como uma criança agarra o seu peluche, beijava-a com tanta ternura como se fosse uma coisa muito sensível e mesmo quando tínhamos de estar atentos às horas, simplesmente demorávamos a separar-nos um do outro. Tínhamos projectos, coisas para fazermos num futuro, tal como fazermos algo relacionado com atirar tintas para uma folha de cenário, entre outras coisas, passamos por algumas situações que podiam ter mudado a nossa vida inconscientemente, contudo sempre a quis ter ao meu lado, fosse de que maneira fosse… Até eu ir percebendo ao longo dos tempos que ela estava a afastar-se cada vez mais e que não podia tê-la, ela ia embora, pois eu queria que ela conseguisse realizar o seu sonho, aliás sempre puxei por ela para lutar por isso, em todos os momentos, até quando ela já não acreditava que ia conseguir realizá-lo, e conseguiu-o realizar! Arrependo-me apenas de uma coisa, de não ter estado com ela dias antes de ela ir para o seu sonho de menina. Espero que um dia ela seja tão feliz ou mais feliz que eu, pois se eu não a tiver nos meus braços, sentir-me-ei muito bem se ela estiver nos braços de alguém que a ame muito e a faça uma mulher muito mais feliz do que foi em menina.

Dúvidas

Deste ponto alto vejo o mundo rodeado de pensamentos: penso em mim, na minha identidade, no que eu sou, no que consigo fazer, no meu futuro duvidoso e receoso, "terei eu o que sonhei desde pequeno?", "terei eu capacidade para realizar esses sonhos?", invade-me a alma um medo absurdo de solidão, de falta de auto-estima, de um nada. Apesar de ter vivido já tanto em tão pouco tempo, tendo ainda uma vida pela frente. Suspiro e penso nas pessoas que conseguem ser felizes à sua maneira, até que me questiono: " Serei eu feliz neste momento?" e "será que o meu futuro será feliz?". Ficam as perguntas no vento que leva um cheiro tão suave do mar, da explosão da água nas rochas que contemplo, ficam as duvidas a que o meu consciente me respondeu: "o tempo é a solução!"

Leva-me daqui, pois quero ser como tu...

Leva-me daqui vento, pois quero ser como tu. Viajando por todo o mundo, pelos céus, vendo o mar com os pescadores a lançarem as redes, vendo crianças a brincar na rua, vendo casais de namorados sentados em bancos de jardim a conversar ou até simplesmente a olharem um para o outro, vendo carros e mais carros a buzinar e andar de um lado para o outro como formigas doidas a transportar comida, vendo de toda a espécie de animais que ninguém vê, vendo campos a assinalar a tua presença quando passas fortemente, vendo culturas de índios com os seus chamamentos ou de ocidentais com as suas comidas, vendo de todo o tipo de pessoas de variadas raças, de variadas cores, vendo o dia e a noite, vendo o sol da qual ninguém consegue realmente ver, vendo as estrelas como se estivessem próximas de mim, vendo de todas as multiplicidades de coisas e sentir-me livre como tu.
Leva-me daqui vento, pois quero ser como tu. Quero viver apenas observando e alimentando-me dessas paisagens que estão aí pelo mundo fora, quero dar um pequeno sopro quente como um agradecimento nas pessoas da qual estimo muito, quero provocar tragédias em pessoas que merecem saber o que é dor ou o que é perda, quero apesar de tudo ser livre e verme livre de todas as memórias, quero apenas as vossas memórias,quero estar em todo o lado em pouco tempo, quero vos ver a ser humanos e no final de tudo quero voar para bem longe…
Por isso, leva-me daqui vento, pois quero ser como tu.

Nova Geração...

Uma criança que ria tanto, criava os seus jogos na escola com os seus amigos, brincava e pulava e mediante os tempos foi perdendo os amigos, conhecendo outros, criando uma espécie de casulo dentro de si, um escudo de protecção para as desilusões, isolando-se do mundo nos jogos daquela caixinha de luz, que prende e vicia, tira os bons e saudáveis hábitos alimentares aumentando a população obesa, deixando os pais preocupados, os mesmos que tem a culpa de hoje em dia não terem tempo para estarem com os seus filhos, para brincarem com eles, preocupando-se com o trabalho (apesar de ser necessário, mas como tudo tem limites), os mesmos que atiram as crianças para os psicólogos para terem uma tarefa que cabe aos pais, educar e terem uma relação próxima e de grande amizade rodeado com uma relação de autoridade e respeito… As crianças são as pessoas mais honestas e sinceras que conhecemos hoje em dia, riem nas alegrias, choram e gritam nas tristezas, demonstram e fazem esse propósito para que alguém as perceba, as ouça e as ajude, enquanto adultos riem nas alegrias, mas não choram, ou apenas nos momentos em que estão sozinhos, não demonstram esse sentimento que é normal e procuram em geral resolver esses problemas sozinhos, não querendo que ninguém as ajude. A sociedade repudia essas pessoas que demonstram esse sentimento. Este facto depende também da sensibilidade da pessoa, mas em geral as pessoas adultas tem tendências a serem mais frias que uma criança que corre em nosso auxilio. As crianças são o nosso futuro, que deve ser harmonioso e não de guerra e violência como os jogos de que falei atrás que só incitam na criança tendências de agressividade e por vezes de um sentimento de não-aceitação do perder… Daí se dizer que uma criança e como uma esponja que absorve tudo o que a rodeia desde o seu nascimento até ao seu desenvolvimento. Devemos preocupar-nos com estes maravilhosos seres que um dia serão a nossa herança quando não mais vivermos em corpo em alma. Por isso deixo aqui um pensamento, o que quererá que o seu filho seja?