Sociedade fria...

Às vezes pergunto-me em que mundo vivo, serei eu complicado? Ou serão a pessoa que encontro que são? Tenho namorada, tenho uns poucos grandes amigos, mas tenho de viver resguardado em mim, tenho que sofrer em silêncio, tenho de me calar e não reclamar, tenho de andar de rua em rua a pensar em tudo isto sozinho, não posso falar o que quero, o que sinto, as angustias, pois tratam-me como um revoltado da vida, ou as felicidades, pois tratam-me como um palhaço, só tu papel, tens a primazia de me conheceres tão bem, de me ouvires a palpitar quando o ódio fala mais alto ou quando a felicidade me leva a gritar bem alto: “sim, sim… “puros estados de emoção que é natural no homem, mas parece que ninguém percebe isso, vejo-me rodeado na frieza das pessoas, no simples dia-a-dia delas sem quererem olhar para trás e pensarem no que fizeram e no que fazem, na simples rotina que levam e que encaram isso como um simples dia, agora porque não posso sonhar com a felicidade, tentar procura-la, porquê? Porque hei-de eu ter de depender dessas pessoas, na sociedade feita em espantalhos, que simplesmente que não podem fazer aquilo porque deus ou qualquer coisa diz k não pode, seres que vagueiam no mundo por nada? Talvez eu me torne assim, já que tenho de ser mais forte comigo mesmo e ser um zombie como as pessoas querem que eu seja… Oh papel, só a ti te posso entregar os meus mais sinceros sentimentos, que te confio, sejam eles negativos ou positivos, mas no final de contas, sinto-me bem, pois pelo menos alguém que mesmo que não exista me leia o que eu te transmiti, traz-me uma pureza na alma, faz-me ser uma pessoa e não um escravo ou pior que isso, uma pessoa especial a minha maneira, mas se as pessoas não vêem isso, pois então que prossigam a sua vida e me deixem em paz, me deixem na solidão como já me tenho habituado…